Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo.
Em 1760 deu-se inicio a industrialização na Grã-Bretanha, as causa do processo não devem ser creditadas somente à superioridade tecnológica e científica mas também a condições favoráveis que o país já possuía antes do século XVIII.
O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revolução Industrial por diversos fatores:
• Pela aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII. Antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo rígido sistema de guildas, razão pela qual a entrada de novos competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados. Com a liberalização da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo.
• O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso após a Revolução Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os investimentos e ampliar os lucros.
• A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português.
• A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo, principais matérias-primas utilizadas neste período. Dispunham de mão-de-obra em abundância desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os centros urbanos em busca de trabalho nas manufaturas.
• A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas e máquinas e contratar empregados.
Para ilustrar a relativa abundância do capital que existia na Inglaterra, pode se constatar que a taxa de juros no final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano; já na China, onde praticamente não existia progresso econômico, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano.
No Início a industrialização Inglesa foi somente para atender a própria Inglaterra, os fabricantes atentavam em produzir mercadorias socialmente úteis como cerâmica ou produtos de utilidade doméstica como alfinetes, vasilhas, facas, tesouras, tecidos e outros. A produção lanígera e algodoeira foram as responsáveis pela multiplicação das manufaturas têxteis e pela supremacia britânica no setor. A indústria de lã estava ligada à economia camponesa. Já a indústria algodoeira associava-se ao comércio ultramarino(tanto no fornecimento de matérias-primas, como o aproveitamento do algodão cultivado em algumas áreas de colonização inglesa).
No curso da industrialização desenvolveu-se a indústria de base representada pela metalúrgica e siderúrgica, sua demanda estava ligada ao setor militar e posteriormente às ferrovias, responsáveis pelo transporte de mercadorias e de um grande contingente de pessoas. O progresso do setor ferroviário só foi possível graças ao processo de diminuição do teor de carbono de um sistema composto e à mineração do carvão, utilizado como fonte de energia para a indústria. O domínio de tais procedimentos permitiu à burguesia a acumulação de bens de capital, fundamentais para a consolidação da economia industrial.
O Setor técnico-científico pode ter sido um dos fatores determinantes no avanço industrial britânico. mas o tema é muito polêmico, uma vez que não existe unanimidade quanto a este assunto entre os Historiadores.
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