O movimento insurrecional que aconteceu em 1789 em Minas
Gerais foi um levante de natureza iluminista, da vasta repercussão política,
liderado por homens considerados “notáveis”. Ocorreu num momento em que a
Capitania de Minas Gerais estava numa considerável decadência. O ouro, até
então enviado em grandes quantias para os cofres de Portugal começava a
escassear, e o valor mínimo do quinto (20% do total minerado), de 100 arrobas
anuais, não estava sendo pago pelos mineradores. Essa conjuntura se agravou com
uma série de restrições econômicas impostas pelas autoridades do reino.
Dentre as medidas restritivas, destacou-se o Alvará de 1785,
que proibiu o funcionamento de manufaturas no território colonial. Essa
imposição da metrópole paralisou a produção mineira e obrigou os colonos a
importarem tudo que consumiam, agravando a crise na região.
A situação atingiu o auge em 1788, quando chegou o novo
governador da Capitania, o Visconde de Barbacena, com ordem direta da Coroa
para aplicar a ‘DERRAMA’ (Cobrança dos impostos atrasados). A
possibilidade de aplicação da tal medida afetou toda a população. O clima de
tensão estava relacionado à natureza da derrama, que era uma cobrança forçosa
dos impostos.
Essa conjuntura somou-se a presença, em Minas Gerais, de indivíduos
com formação nas universidades europeias,
que discutiam as ideias dos
representantes do iluminismo,como Voltaire e Rousseau,e , em especial,
as condições que tinham levado à Declaração de Independência das colônias
inglesas em 1776.