- A conjuração baiana aconteceu em 1798 e ficou conhecida como revolta dos alfaiates. Diferentemente da conjuração mineira, não contou com pessoas ricas ou bem sucedidas, foi liderada por mulatos, escravos, negros libertos, e brancos de pouca renda. Na época habitavam em Salvador umas 50 mil pessoas, e com a transferência da capital para o Rio de Janeiro a situação dos mais pobres foi agravada.
- A carestia e a falta de emprego deram origem a diversas manifestações, como o ataque a câmara, o incêndio do Pelourinho e aumentavam também os números de saques à armazéns em busca de alimentos. Em 1797 foi criada a primeira sociedade secreta da Capitania, com inspiração na maçonaria francesa, com objetivo de divulgar ideais iluministas. Os membros dessa sociedade eram chamados de CAVALEIROS DA LUZ, e deram um impulso muito grande ao movimento quando começaram a espalhar panfletos, que incentivavam a proclamação da Republica na Bahia e atacavam ferozmente a administração local.
- A proposta política dos conjurados era implantar uma republica democrática que incluía, além de reivindicações para os grupos mais pobres, reivindicações para os mais abastados: modificações no sistema tributário, aumento do salário dos militares, abolição da escravidão, liberdade de comercio, além da representação popular e soberana na arena publica.
- O movimento envolveu indivíduos de setores urbanos e marginalizados na produção da riqueza colonial, que se revoltaram contra o sistema que lhes impedia perspectivas de ascensão social. O seu descontentamento voltava-se contra a elevada carga de impostos cobrada pela Coroa portuguesa e contra o sistema escravista colonial, o que tornava as suas reivindicações particularmente perturbadoras para as elites. A revolta resultou em um dos projetos mais radicais do período colonial, propondo idealmente uma nova sociedade igualitária e democrática. Foi barbaramente punida pela Coroa de Portugal. Este movimento, entretanto, deixou profundas marcas na sociedade soteropolitana, a ponto tal que o movimento emancipacionista eclodiu novamente, em 1821, culminando na guerra pela Independência da Bahia, concretizada em 2 de julho de 1823, formando parte da nação que emancipara-se a 7 de setembro do ano anterior, sob império de D. Pedro I.
bandeira da conjuração baiana
praça onde foram os revoltosos foram
enforcados